Cogito ergo sum?
Desde tempos imemoriais discute-se o que é vida e, mais ainda, quando a vida começa. Em pleno século XXI, ainda não temos respostas consensuais para tais perguntas. Para se ter uma idéia da complexidade que o tema carrega, vale a pena ler a entrevista do último domingo, dia 14 de janeiro, que o Procurador da República do Ministério Público Federal, Daniel Sarmento, deu para o caderno “Aliás”, do “Estadão. Entre outras coisas, ele cita que a legislação alemã usa a nidação (momento em que o recém-formado embrião fixa-se à parede do útero) como marco que estabelece o início da vida; os tão conservadores norte-americanos, por paradoxal que possa parecer, consideram o início da vida no momento em que o feto possa ser capaz de sobreviver fora do útero, ou seja, em torno do quinto para o sexto mês de gestação. A legislação brasileira “só atribui personalidade após o nascimento”, segundo Sarmento. Para o neuropsicólogo Michael Gazzaniga, a vida só pode ser estabelecida a partir do momento em que o córtex cerebral esteja desenvolvido, mas parece que sua opinião está longe de ser aceita por boa parte das agências fomentadoras de pesquisa, conforme escreveu o físico Marcelo Gleiser para o caderno “Mais” da Folha de São Paulo também no último domingo. E você, o que pensa a respeito?
3 Comments:
Como o caro Amigo de Montaigne bem disse, sob o ponto de vista jurídico brasileiro: “a personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida” e acrescenta “mas a lei põe a salvo, desde a concepção, os direitos do nascituro" CCB art. 2º - jan/2003. Do ponto de vista médico ou científico me falta conhecimentos técnicos para argumentar, porém e de qualquer forma, posso opinar sob o ponto de vista da experiência pessoal. Esse aspecto, que não é científico e não é mensurável (apesar de existirem estudos que comprovam sua presença), mas plenamente perceptível e que rege grande parte das emoções humanas trata-se da Intuição. Posso afirmar que, desde no exato momento em que minha filha foi concebida nós (eu e minha esposa) soubemos de sua presença. Assim foi por que algo “diferente” ficou no ar, ou seja, ela já estava lá e. (ponto). Fisicamente, ouso dizer e sem nenhum fundamento, que a vida começa alguns segundos antes da chegada do espermatozóide ao óvulo. Naquele momento crucial, o organismo da mulher está 100% receptivo e “sabe” que será fecundado, preparando-se, alterando toda a sua constituição física e hormonal para gerar, inevitavelmente aquela nova vida. Esta é a sabedoria (magia) feminina que os homens, talvez nunca atingirão.
Sob o ponto de vista espiritual...bem essa conversa fica para outro dia...pois o texto ficou longo.
Caro Paulo Lima,
a questão está longe de ser encerrada, como você bem notou. Desde a Grécia Antiga, os sábios homens discutem essa questão na pólis. Não tenho uma opinião definitiva, mas compartilho da opinião cartesiana, "penso, logo existo".É só uma idéia. Abraço.
Ao tempo dê o que ele precisa...tempo.
Outro abraço
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