O Hoje
Château de Montaigne, em Périgord
Caros amigos, eis o último post de 2007. O ano foi muito bom. Muitas leituras e grandes viagens, além de ótimos momentos musicais e gastronômicos. Após ler a coluna "Sinopse" de hoje (Daniel Piza, O Estado de São Paulo), rememorei duas passagens que me marcaram. A primeira encontrei no romance mais novo de Philip Roth (com o passar dos anos, um escritor que ainda é capaz de melhorar), Homem Comum: "A velhice não é uma batalha; a velhice é um massacre" (pg.114). A outra, no romance histórico "A Medida do Mundo", do jovem escritor alemão Daniel Kehlmann - obra bastante despretensiosa que narra as aventuras e desventuras de Humboldt e Gauss: "Ele esfregou os olhos. Como havia ficado tão velho? Tinha dificuldades para andar, não enxergava mais direito e pensava devagar. Envelhecer não era trágico. Era ridículo" (pg.219). Ah, claro, ia me esquecendo da "madeleine" que foi o texto do Piza: "É claro que tenho meus planos, para 2008 e para depois, mas procuro não fazer como a maioria que nunca está no momento em que está, que nunca vive o agora e só o antes e o depois, que não se abre aos acasos felizes da vida". Que não me acusem de plágio, mas desejo a todos vocês, poucos porém seletos leitores, que no ano que nos bate à porta sejamos capazes de viver o agora.
16 Comments:
2008 cheio de presentes & futuros!
Tim-tim!!! 1 pouquinho pro santo e seja o que deus quiser...
ABRAÇO!
ET - mesmo q a gente aceite que, pra haver experiência consciente, seja preciso recordar vivências anteriores, ainda assim acho q viver não é recordar. Deusmelivre! Adorei, da infância, a sensação de q os adultos sabiam qual era o sentido da vida e que cabia a eles administrarem os álbuns de família e as poupanças. Com isso, fiquei olhando os "lírios nos campos" firmemente plantado no presente e lambeeeeendo cada minuto...
Caro Theo, nada mais difícil do que viver o agora. Viktor Frankl tentou nos ensinar um método facilitador ("A questão do sentido em psicoterapia", editora Papirus, salvo engano), mas não sei o tamanho do êxito.
Um grande abraço e um ótimo agora!
Caro Amigo...de acordo. Eu vou referendar o que disse um Amigo Médico (ou seria um Médico Amigo?), atibaiense...
- O que desejo para 2008, Paulo? - Disse ele, depois de umas três xingus.
- É...o que você espera? Repondi - ic, ic... - entre soluços alcoólicos.
- Chegar em 2009, cara...chegar em 2009! - Respondeu soltando uma de suas gargalhadas tradicionais...
OK. Viveremos o agora...grande abraço.
ET...
ok! VIVAMOS o agora...abraço,paulo.
É difícil, Paulo! Difícil pra burro!
Abração!!!
O problema é saber se o "agora" já passou, ou se ainda está por acontecer; talvez isso explique a imensa dificuldade em se viver o "agora"! Abraço!
Caro Anônimo, o "agora" está sempre para acontecer, e, uma vez acontecido, já é passado - assim como estas linhas: já são passado mal acaba a digitação. Muita metafísica?
P.S.: "Há metafísica bastante em não pensar em nada", já escreveu Pessoa...
E aí, AMigo? Belo encerramento de ano, hein? Muitos projetos pra 2008? Tudo de bom e continue escrevendo.
Grande abraço...
É Amigo, com certeza Pessoa tinha razão. Aproveitando o ensejo, desejo-lhe um 2007 melhor que 2006 e pior que 2009! E viva o "agora"!
Abração!
Amigo, há algum tempo percebi que pra ter saudades do passado preciso estar fechado pro que há de bom no Presente, como se sofresse de uma espécie de gula de prazer. Isto, quando a semana tá gostosa, claro. Quando tá ruim o passado é um refúgio, um adiamento pros enfrentamentos exigidos.
Ter saudade, sem ser de alguém que tá longe, de algum modo é reconhecer um "insucesso", hã?... Mesmo assim... cultivo algumas nostalgias. Se não fosse assim, não gostaria tanto de cinema, mas, refiro-me, claro, aos filmes que busco pra assistir.
Sobre 'qualidade' em si, vejo altos & baixos em todos os setores da vida. Não particularizo nenhuma época como Paraíso.
Cada época tem, penso, seu preço a pagar e suas recompensas, hã?
Certa vez, esbarrei numa linha poética do Borges, dedicadas a um amigo, que trago em paráfrase: "Teus, Renato, são os campos abertos do ontem". Nunca sei se aprecio o Borges. Ele me toca na alma uma porção de vezes, mas tem que ser beijo rápido, porque a continuidade me prende num labirinto sem saída - e sem entrada - de pura morbidez platônica. Eu acho que os campos aberto do passado são terra de ninguém.
Aquelabraço!
Amigo,
como posso inferir revendo seu blog, parece que o seu início foi um projeto do ano que passou... Ele ilustra, acho eu, como é importante mantermos algo do passado presente. É muito interessante, por exemplo, neste "microcosmos", refletir novamente, no agora, sobre seus pensamentos, textos e comentários dos colegas. Parabéns!!! Que você continue com muito sucesso no futuro!!
LY
Amiga do Amigo
Caro Theo, não acredito que seja "insucesso" sentir saudade de fatos da infância ou de qualquer época da vida. A peculiaridade da infância é a inocência, tão bem colocada em versos por Manoel de Barros. "Cada época tem, penso, seu preço a pagar e suas recompensas, hã?". Sim, mas que baita preço bom esse da infância...
Abraço!
Amiga, OK! Você venceu! Argumento irrefutável.
P.S.: Apareça mais por aqui, uai!
QUERIDOPEDPAULO, COMO ESTÁS,PULOU 7 ONDINHAS OU QUALQUER COISA PARECIDA?O COMEÇO DO FOI BEM? ENTÃO BJUHSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSS
NOSSA QUANTA DIFICULUDADEBEIJOS ,HELENA
travou o lance dos comments?tá todo mundo na praia?
bjusssssssssssss
Postar um comentário
<< Home