Thanks, Bandeira!

Caros amigos, como devem ter percebido, ultimamente tenho atualizado este blog muito menos do que gostaria. Fruto de intermináveis viagens a trabalho. Sinto-me um despatriado. Escolhi um companheiro de viagem. Ele me faz lembrar que sou brasileiro e que falo português. Grande conforto e refúgio são as páginas de Estrela da vida inteira. Redescobrir a poesia do micrognata Bandeira, nas alturas ou nas cadeiras dos aeroportos, eis meu potente antídoto contra a distância de casa. O poder da poesia é esse. Ou é este: "Vou lançar a teoria do poeta sórdido./ Poeta sórdido:/Aquele em cuja poesia há a marca suja da vida./Vai um sujeito./Sai um sujeito de casa com a roupa de brim branco muito bem engomada, e na primeira/ esquina passa um caminhão, salpica-lhe o paletó ou a calça de uma/ nódoa de lama:/É a vida./O poema deve ser como a nódoa no brim:/Fazer o leitor satisfeito de si dar o desespero./Sei que a poesia é também orvalho./Mas este fica para as menininhas, as estrelas alfas, as virgens cem por cento e as amadas que /envelheceram sem maldade." (Nova Poética)