Amigo de Montaigne: A dialética de Bloom

17.2.08

A dialética de Bloom

Não desprezo Hegel e a sua dialética, pois seria um auto-atestado de estupidez. Mas sempre achei - e continuo achando - que o filósofo alemão é valorizado além do que deveria. Entre ler Hegel e Wittgenstein, fico com este. Harold Bloom acho que compartilharia da mesma escolha. "Lemos, penso eu, para sanar a solidão, embora, na prática, quanto melhor lemos, mais solitários ficamos. Não posso encarar a leitura como vício, mas tampouco é virtude. Pensar, para Hegel, é uma coisa; para Goethe, é outra, bem diferente. Hegel não é um escritor da sapiência; Goethe, sim. O motivo mais profundo da leitura tem de ser a busca da sabedoria. O saber mundano raramente é sábio, ou mesmo prudencial. Shakespeare, o maior dos artistas do entretenimento, é também o mais sábio dos mestres, se bem que o fardo do seu ensinamento talvez seja o niilisimo, lição inserida em Rei Lear." (Onde encontrar a sabedoria? Ed. Objetiva, página 121). Não por acaso, adivinhem o que diz a dedicatória desse livro de Bloom? "Para Richard Rorty"...

11 Comments:

Anônimo said...: Folgo em saber que Rorty anda a fazer das suas...

Há que diferençar sabedoria de sapiência. Nosso Rubem Alves já o fizera.

Comparar Hegel com Goethe é sacanagem. Hegel é como Marx, Kant ou Descartes. Hegel não é para se gostar, é para ser ultrapassado.
Já Goethe, bem ... Como ultrapassá-lo? Como ultrapassar Pessoa ou Machado?; 10:17 AM
Amigo de Montaigne said...: E qual é tal diferença?; 3:38 PM
Anônimo said...: Não tenho muita simpatia pelo Rorty~; acho ele uma grande enganação em forma de pseudofilosofia beirando a auto-ajuda. Já do Bloom, nunca li nada.; 9:56 PM
Anônimo said...: AMIGO DE M.,TUDO BEM?
LER É TUDO,ASSIM COMO A MÚSICA,MAS LER É A VIDA PARA MIM.
BJUS; 3:05 PM
Anônimo said...: Querido Amigo,

tem toda aquela idéia do Deleuze de que a Filosofia sempre impulsionou verticalmente às alturas ou às profundezas, mas, e a SUPERFÍCIE? E a PELE??...

Abração!; 4:02 PM
Anônimo said...: Segundo Rubem Alves, sapiência é sabedoria degustável, algo erótica, que desperta sentimentos em quem a prova.

Hegel é sábio. Seu texto, árido e seco. Diferente do texto roliço, fornido e apetitoso de Shakespeare ou Goethe.

Textos onde nos acabamos como num Carnaval de sensações e de onde saímos enebriados de prazer, idéias e conceitos...

E se filosofar é criar conceitos segundo Deleuze, cá estamos de novo em Rorty...

Acho que Harold Bloom concordaria, não?; 7:15 PM
Anônimo said...: o R. RORTY NÃO MORREU O ANO PASSADO?OU ESTOU CONFUNDINDO, DE QUALQUER FORMA A SABEDORIA ANDA LIVRE POR AÍ, QUEM QUISER É SÓ PEGAR E PRESTAR ATENÇÃO.
BJUS AMIGO DE M.; 3:47 PM
Amigo de Montaigne said...: Helena, o Rorty morreu em junho do último ano. O homem, apenas.

Kx, então sapiência é o equivalente, em psicanálise, ao "insight"?
Abraço!; 1:13 PM
Anônimo said...: A analogia que o Rubem Alves faz é com a cozinha. Veja esse link http://www1.folha.uol.com.br/folha/sinapse/ult1063u916.shtml; 1:22 PM
Amigo de Montaigne said...: Caro Kx, não consigo acessar o link. Tenatrei de novo.
Abço!; 6:19 PM
Anônimo said...: COCNCORDO COM VC, O HOMEM MORRESUAS IDÉIAS FICAM!BOM,NÃO É?
AMIGO,BJUS; 12:14 AM

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