Cri-cri
É muito comum que nós tenhamos idéias, impressões e noções a respeito de uma série de coisas, embora nem sempre sejamos capazes de definí-las em palavras. Quando alguém pronuncia a palavra "médico", por exemplo, é certo que evocaremos a figura de uma pessoa de branco, com um olhar entre o severo e o bondoso, que pode aliviar o sofrimento das pessoas e, quando possível, curá-las. Mas qual é a idéia que se forma em nossa cabeça quando pensamos no papel do crítico? Qual a sua função? Ele tem alguma serventia? A palavra "crítico" se enquandra naquelas de díficil definição. Gosto de uma definição citada pelo Jean Claude Bernardet que li em algum número dos Cahiers du Cinéma: "A função do crítico não é trazer numa bandeja de prata uma verdade que não existe, mas prolongar o máximo possível, na inteligência e na sensibilidade dos que o lêem, o impacto da obra de arte". O próprio Bernardet disse: "Em hipótese alguma, a crítica - a que pratico - tem caráter normativo: não julga, não avalia, não analisa, não compreende fora das propostas que faz a obra. (...) Crítica é pôr a obra em crise. E pôr em crise a relação da obra com outras obras. A relação do autor com a obra. A relação do espectador com a obra. A relação do crítico com a obra". Fiquei satisfeito, embora conheça outras opiniões um pouco divergentes. E viva o bom crítico!
2 Comments:
Você acredita que o crítico seja dispensável? ou ele cumpre um papel relevante?
Denis, o crítico é importante, embora ele mesmo se ache muito mais importante do que realmente é. Releia a opinião de Bernardet. Ela define bem o papel do crítico.
Um abraço!
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