Amigo de Montaigne: O meu encantamento poético

7.6.08

O meu encantamento poético

Passei o sábado relendo poesia. Li até mesmo Wordsworth, que me foi apresentado por Borges. Mas, por mais mentiroso que possa parecer, encantei-me com o poema "Garça", de Manoel de Barros.

A palavra garça em meu perceber é bela.

Não seja só pela elegância da ave.

Há também a beleza letral.

O corpo sônico da palavra

E o corpo níveo da ave

Se comungam.

Não sei se passo por tantã dizendo isso.

Olhando a garça-ave e a palavra garça

Sofro uma espécie de encantamento poético.

P.S.: Quando eu era criança, achava a palavra "jacaré" a mais bonita de todas. Não sei o motivo. Talvez porque ela seja pronunciada aberta como a boca do Alligator mississippiensis...

Marcadores: Saudade da infância

4 Comments:

Anônimo said...: O Manoel de Barros é simples-simples...Mais é profundo-profundo...; 7:37 PM
Anônimo said...: "A sensatez me absurda" Manoel de Barros

Amigo, há quem se acalente diariamente de absurdos. E não há nada de insensato nisso, muito ao contrário...

Abração!; 7:20 AM
Anônimo said...: a minha era "papoula"...dá pra encher a boca e dá vontade de comê-la...; 12:21 PM
Anônimo said...: O Grandíssimo Manoel Wenceslau Leite de Barros, diz no prefácio do seu 'Livro Sobre Nada': "O que eu queria era fazer brinquedos com as palavras. Fazer coisas desúteis. O nada mesmo. Tudo que use o abandono por dentro e por fora".; 6:55 PM

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