Portugal (I)
Caros, acabo de regressar. Dias ensolarados, temperatura agradavél, ar com boa mas não exagerada umidade. Os portugueses são bastante solícitos e simpáticos. Acredito que, em certa parte, a nossa tão famigerada "simpatia" é herança de nossos colonizadores. O carioca, com o seu sotaque, nada mais fez que imitar o "chiado" da prosódia lusitana, desde tempos imemoriais. Uma clara tentativa de se aproximar da Corte, da Europa "civilizada". Descobri algumas curiosidades perambulando e proseando pela Terrinha. Os azulejos, por exemplo. O hábito de construir casas e edifícios com azulejos decorativos em seus interiores é invenção portuguesa, mas o que eu não sabia é que os azulejos nas fachadas foram idéia nossa, da colônia, exportada, mais tarde, para Portugal. A explicação que me foi dada é que a temperatura no interior das casas da costa brasileira era abrandada pelo azulejamento externo. A outra descoberta é que o bacalhau, carro-chefe da culinária lusa e com receitas tão diferentes quanto saborosas, não existe como iguaria autóctone. Os bacalhaus portugueses são importados da Inglaterra, principalmente, e dos países escandinavos. Esse fluxo existe desde o século XIII e era a base de trocas comerciais entre a potência britânica e a terra das grandes navegações ultramarinas.
Bom, entre outras coisas, comprei alguns muitos livros de escritores lusófonos (Pepetela, Miguel Torga, Eça, os últimos do Saramago e do Lobo Antunes, coletâneas de contos) e uma tradução para o português de uma palestra proferida por Günter Grass intitulada "Escrever depois de Auschwitz". Mas isso são assuntos para os próximos posts.
(Comi um ótimo bacalhau na brasa com batatas coradas no restaurante Valbom, em Lisboa. Me disseram que é o restaurante em que os exigentes portugueses comem o seu bacalhau fora de casa. Fui conferir. Quase não há turistas. Vale a pena. Termine o jantar com o liquor de Ginja).
3 Comments:
Hummmmmmmmmmmmmmmmmmmm!!!!!...
Inveja...
UAU!!!!!!!!!!!!!!!Devaneios reais...
HELENA
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