Moacyr Scliar, ou...
Nunca viajem pela COPA Airlines. Esta foi a segunda vez que viajei pela tal companhia e, pela segunda vez também, tive problemas - atrasos, falta de tripulação, despreparo do pessoal de solo. Enquanto esperava, finalmente, pelo tão anunciado vôo, li uma entrevista de Moacyr Scliar, que falou sobre o seu novo livro, "O Texto, ou: a vida", para a revista Cult. Gosto do jeito como Scliar escreve e acho "Saturno nos Trópicos" e "A paixão transformada" suas grandes obras. Como acabo de chegar da Colômbia, que se orgulha de ser mais lembrada por Gabo e a qualidade do café do que pelo narcotráfico e as FARC, com toda justiça, reproduzo aqui um fragmento de seu novo livro que fala do ofício de escritor: "Uma ocupação que não parece trabalho mobiliza arcaicos sentimentos de culpa; afinal, e ao menos no Ocidente, ainda vivemos sob a influência do bíblico 'ganharás o pão com o suor do teu rosto'. Isso talvez explique um curioso ritual do Nobel Gabriel García Márquez. O escritor colombiano conta que, quando se senta para escrever, coloca sobre a mesa os mais variados objetos, lápis, tesoura, cola, borracha, grampeador - para se sentir como um operário". Sim, um operário, que transpira para nos deleitar com a sua gran ópera.
9 Comments:
Bom retorno e continue nos brindando com seus ótimos posts.
E por que a foto? (Percebi que ele está escrevendo...)
Anônimo,Woody Allen e Scliar apresentam mais em comum do que você possa imaginar. Tente adivinhar!
Minha prosopagnosia às vezes me engana. That's the point!
Palavra bonita. "prosopon"=face.
Caro Amigo...
Uma vez Copa sempre Copa. Participo de um grupo que estuda a performance de cias aéreas, informalmente e a Copa é um exemplo de mal atendimento. Parabéns você pode confirmar isso. Quanto à culpa que alguns sentem ao escrever, por não estarem dedicando-se ao Labor produtivo (no dizer de Arendt), é um fato! Parece, há necessidade de justificar-se sempre...é f...grande abraço
Em tempo. Precisamos estrear uma certa adega...rs
Aguardo-te, Paulo!
Abraço!
é, lidar com escrita de modo geral e com as demais formas de "trabalho imaterial" tb dá essa sensação...
Viviane, boa parte disso é fruto da sociedade consumista e, mais ainda, da maneira como essa sociedade enxerga o consumismo: a arte não é palpável, não é "empacotável"...
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