Mais um prêmio para Carpinejar
Hoje pela tarde, enquanto ouvia um interessante debate sobre literatura na rádio CBN, lembrei-me de um diálogo entre Borges e Sábato. Essa reminiscência foi motivada pelo comentário de Fabrício Carpinejar, um dos convidados do debate. Disse o jovem poeta que, no Brasil, há uma certa tendência do escritor se tornar refém das editoras, de seguir as instruções fornecidas pelo editor para vender mais livros. "Mas isso não é a regra", interveio o escritor José Roberto Torero. Carpinejar ainda deixou claro que "um escritor não deve ser lido em virtude dos prêmios que recebeu". Voltando aos argentinos. Discutiam eles sobre a indicação do Prêmio Nobel e, num diálogo coberto de ironia, diziam que a indicação é "geopolítica". Sábato: "(...) Neste momento, o júri deve estar pensando em algum escritor árabe ou do Oriente Médio". Borges: "Nunca deve ter sido outorgado a um escritor malaio, não é mesmo? E aos esquimós, tampouco. (Risos)". Prêmios, ora, prêmios...
3 Comments:
Mas não seriam os prêmios uma das formas de considerar a qualidade do escritor? Existe escritor ruim premiado?
Caro, existem escritores ruins premiados! Haja vista o nosso "ilustre" Paulo Coelho, laureado em diversos países, inclusive na França, berço de Baudelaire, Rimbaud, Zola, Flaubert, Balzac ...e Montaigne!
A lista de grandes escritores sem o Nobel é imensa, Guimarães Rosa não ganhou, Drummond quando queriam que ele fosse indicado ao Nobel, não colaborou nenhum pouco com seu tradutor na Europa. E tem a lista dos ilustres desconhecidos que ganharam em detrimento de gênios, e até hoje tem americano reclamando do Saramago ter ganho.
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