Salieri e Bruckner, sim senhor!
Bruckner, Sétima sinfonia, primeiro movimento, adágio
Dois grandes talentos não dividem o mesmo espaço. Não simultaneamente. Quem perde, quase sempre, somos nós. A música é pródiga em exemplos. Salieri e Mozart. A imagem equivocada que chegou até nós mostra um Salieri invejoso e músico medíocre. Sem a sombra de Mozart, a história poderia ter sido outra. Bruckner e Wagner. Há registros de críticas ferozes dirigidas por Brahms contra "a incompetência de Bruckner". Aqui, em particular, é preciso conhecer o contexto da música erudita européia da segunda metade do século XIX, que contava com os defensores da "nova música" de Wagner e Liszt de um lado contra os "conservadores" liderados por Brahms de outro. Anton Bruckner deixou-se fascinar e influenciar pela polifonia de Tannhäuser. Wagner fez o elogio de seu "discípulo" publicamente. Brahms manteve seus ataques e, em virtude de sua enorme reputação, Bruckner caiu no esquecimento por um longo período. Felizmente, passado o curso inexorável da História, podemos desfrutar de Mozart, Salieri, Brahms e Bruckner. Fico curioso em saber quem serão os protagonistas do agora. Ou seriam protagonista e deuteragonista?
2 Comments:
Um dos meus maiores prazeres de 2008 foi assistir a Daniel Barenboim e sua Staatskapelle executando Bruckner na Sala São Paulo. Grande.
Acredito que ambos. Mas ,o bonito mesmo é arranjo que o tempo faz,temos tudo é só estarmos dispostos .
helena
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