Diante da dor de Goya
Poucos intelectuais tiveram a integridade e a imparcialidade, o compromisso com a "verdade", como Susan Sontag. Lembrei-me dela em virtude da exposição das gravuras de Goya, no MASP, que vai até o dia 20 de maio. A capa da edição brasileira de " Diante da dor dos outros" (Cia. das Letras, 107 páginas) é ilustrada por uma gravura de Goya, "Tampoco"(água-forte), prancha 36 de Los desastres de la guerra-veja acima. Em seu excelente ensaio, Sontag descreve o produto da invenção de Daguerre como genuína fonte de alquimia - "As fotos objetificam: transformam um fato ou uma pessoa em algo que se pode possuir. E as fotos são uma espécie de alquimia, a despeito de serem tão elogiadas como registros transparentes da realidade". Mais adiante, ela consegue a proeza de sintetizar a nossa era em poucas palavras, o que Carpeaux conseguira tempos antes em várias páginas, mas não sem menos brilho ("A época ótica", 1966): "Lembrar, cada vez mais, não é recordar uma história, e sim ser capaz de evocar uma imagem". Vá correndo ao MASP.
4 Comments:
vou amanh~ mesmo...
Caro Amigo...
Lembro-me que em um de seus primeiros posts comentei sobre a arte ser um fim em si. Vejo isso na obra de Goya, e um pouco mais. Particularmente eu o aprecio muito, apesar de não compreendê-lo nem no básico. Eu o vejo como um acusador (o próprio diabo), que sutilmente nos leva a ter um sentimento inexplicável...às vezes fascinante, às vezes repugnante, conosco não com a obra...tha´s it...a big hug
Paulo Lima,
a arte também é um fim em si!
abraços...
Fui ao MASP e fiquei perturbado com o poder das imagens,elas mexem com a gente mesmo.Já tinha lido no jornal sobre a mostra e tinha me programado e, depois de ir, vi o seu blog. Coincidências, não é?
ABraço ao amigo do amigo/
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